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Autor: Amanda Tolomelli

Doutoranda em Educação pela UFMG (2014), mestre em Educação Tecnológica pelo CEFET-MG (2013), especialista em Gestão de Pessoas e Projetos Sociais pela UNIFEI (2009), especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância pela UFF (2012) e graduada em Pedagogia pela UEMG (2007). Autora de materiais didáticos para cursos a distância, tutora a distância e possui experiência também como Orientadora Pedagógica de EaD e Design Instrucional para EaD. É pesquisadora do grupo de pesquisa AVACEFET-MG, integra também a equipe de tutores do GIZ - UFMG (Rede de Desenvolvimento de Práticas de Ensino Superior), que tem como finalidade o aprimoramento da docência universitária utilizando as novas tecnologias e participa também da equipe do eixo integrador do curso de Pedagogia da UAB-UFMG. Realiza pesquisas e palestras sobre as temáticas Redes Sociais e Educação, Educação a Distância, divulgação científica em revistas eletrônicas e também Tecnologias no Ensino Fundamental e Médio.

O lugar da educação… e um achado muito peculiar…

Hoje fui a quatro livrarias em Belo Horizonte… em tempos de pandemia, acho que esse tem sido uns dos lugares mais seguros para ir dar uma volta, ver novidades e divertir um pouco… na primeira perguntei sobre onde estavam os livros de EDUCAÇÃO e me apontaram para uma prateleira de mais ou menos 60cm… com títulos dos mais diversos desconhecidos… não que o desconhecimento seja ruim, mas nada dos clássicos e nenhum Paulo Freire… assustador!
Na segunda livraria os livros de educação estavam junto com TEORIA CRÍTICA… Sinceramente, nem me dei ao trabalho de procurar o título que eu queria misturado com tudo…
Na terceira livraria a seção de educação estava quase no chão, embaixo de uma grande prateleira e para acessá-la precisei ficar abaixada de cócoras e bem curvada para não bater a cabeça na prateleira de cima…
Aí decidi ir à livraria específica de educação daqui da cidade e encontrei uma possível preciosidade… TELEDUCAÇÃO ou Educação a Distância – Fundamentos e métodos de Juan E. Díaz Bordenave. Um livro falando de teleducação de 1987! Uaaau
Já tinha lido Bordenave (O que é participação) quando escrevi meu TCC da primeira pós-graduação e decidi experimentar esse livrinho pitoresco!
Estou ainda no primeiro capítulo, mas já posso destacar algumas preciosidades:
Na introdução uma fala hipotética do Ministro da Educação “…o Governo simplesmente não tem o dinheiro que precisaria para construir todas as escolas e pagar todos os professores que seriam necessários para dar educação a todos. Que posso fazer?” e o autor responde que “Parte da resposta possível chama-se teleducação”.
Já no primeiro capítulo o autor tenta conceituar teleducação e isso deixa mais claro ainda que o livro é realmente de meu interesse: “Teleducação vem de telos que em Grego significa distância. Assim como telefone se refere a som a distância, teleducação indica educação a distância. Não significa apenas educação por televisão, como muitos pensam, mas qualquer forma mediatizada de educação, isto é, onde o contato entre professor e aluno é feito pela intermediação de um ou de vários meios de comunicação” (BORDENAVE, 1987, p. 13)
Vou continuar lendo… tendo mais trechos interessantes, deixo aqui…
A questão é que eu fui em três livrarias conhecidas e importantes de BH e que a educação estava sendo tratada com algum descaso… pensemos sobre isso, livreiros!

P.S. Eu estava procurando um livro da Ana Elisa Ribeiro pra escrever sobre ele para um jornal que estou começando a escrever… em nenhuma das 4 livrarias tinha… =(

Uma reflexão

Texto originalmente publicado antes dos agradecimentos da minha Tese de Doutorado em Educação, apresentada no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, no ano de 2017…

“Escrever uma dissertação, e agora uma tese foi experienciar os dias mais solitários da minha vida. Não vejo esta solidão como algo negativo, mas como um momento de autoconhecimento e de introspecção, tão raros atualmente nesta sociedade online em que vivemos. Por ter vivenciado esse período com tanta intensidade (como tudo que faço na vida), resolvi escrever esta reflexão aqui para registrar esse meu momento tão particular e tão (in)comum…

Por muitos dias me fiz sozinha no escritório e mais recentemente na cama a escrever freneticamente… sim, assim que me sentia nos momentos de escrita mais intensa… Frenética!

Quando começamos um mestrado ou doutorado ninguém nos conta um monte de coisas… Entre essas coisas está o fato de que a parte mais difícil disso tudo não será o processo seletivo… Não será a construção do projeto inicial e nem a construção do projeto que vai para o parecerista no meio do trajeto todo…

Ninguém nos conta que quando você está fazendo ainda as disciplinas obrigatórias é o melhor momento, o momento que você ainda está acostumada, afinal, fazer disciplina você fez durante toda a sua graduação… O que vai ser difícil mesmo será a escrita… A coleta de dados… As escolhas metodológicas… As escolhas teóricas… ah, as escolhas… Essas sim vão te tirar o sono… Vão fazer você querer voltar a ler aqueles textos semanais, participar daqueles debates infindáveis em sala de aula…

Acredite, você vai sentir falta dessa fase! Posso estar sendo mais sentimental do que a maioria das pessoas, mas é como eu me senti… E posso afirmar pelo que vi e vivi que essa não é uma trajetória prazerosa para a maioria das pessoas… Não sei se devia estar escrevendo isso na minha tese, mas o romantismo com que muitas pessoas entram para o doutorado é perigoso, por isso muitos adoecem durante esse percurso (física e psicologicamente)…

Ninguém nos conta que teremos meses e meses de completo afastamento do nosso objeto de pesquisa e, principalmente, da escrita, não seremos produtivos todo o tempo e isso é muito normal e até saudável… Precisamos desses tempos de cerveja, vinho, viagens, amor, amigos, família, respiros e suspiros para depois voltamos a escrever…

Normalmente este retorno acontece depois de um dia inteiro de choro e desespero porque estamos vendo os meses passando e não estamos produzindo ou depois de uma boa terapia (ou as duas coisas no mesmo dia)…

Estou escrevendo isso aqui hoje para que vocês saibam: isso tudo que você vai viver, esse turbilhão de situações e emoções, quando decidir fazer um mestrado ou doutorado são coisas normais e saudáveis! Vivam!

Sua vida não vai parar para que você se qualifique profissionalmente… os filhos virão, os amores irão, os pais podem morrer, os amigos podem precisar muito do você, você pode (e vai) precisar muito dos amigos, as pessoas vão nascer, adoecer, melhorar, comemorar, acidentes podem acontecer…

Então, fica a dica mais valiosa que só percebi pra lá do meio de todo esse processo: Não é preciso deixar de viver para ser mestre ou doutor em nenhuma área do conhecimento… viva e faça com que a sua tese faça parte da sua vida de alguma forma. Não é preciso que ela seja a sua vida, mas é importantíssimo que ela faça parte, realmente!”